A cidade de Astana, no Cazaquistão, acolheu nesta semana a 24.ª reunião da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), um fórum estratégico que tem ganhado cada vez mais importância no cenário internacional. O encontro contou com a presença de chefes de Estado de países membros e parceiros, entre eles o presidente russo, Vladimir Putin, e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A cúpula centrou-se em questões ligadas à segurança internacional, à cooperação económica, às tensões geopolíticas globais e ao fortalecimento da multipolaridade. O evento ocorre num momento em que o equilíbrio de poder mundial está em transformação, marcado pelo confronto entre o bloco ocidental, liderado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, e os países que buscam alternativas de cooperação fora desse eixo.

A posição da Rússia

Vladimir Putin aproveitou o fórum para defender o papel da OCX como contrapeso às sanções e pressões do Ocidente. Segundo o líder russo, a organização deve fortalecer a integração económica e promover uma visão de segurança coletiva que respeite a soberania dos Estados. O presidente também destacou que a Rússia está comprometida em expandir suas relações comerciais e políticas com os países da Ásia e da Eurásia, como forma de consolidar novas alianças estratégicas.

O apelo da ONU

Por sua vez, António Guterres fez um discurso em que chamou à cooperação multilateral para enfrentar desafios globais como a crise climática, a pobreza e os conflitos armados. O secretário-geral sublinhou que o diálogo e a diplomacia continuam a ser os instrumentos mais eficazes para manter a paz e a estabilidade internacional.

Expansão da OCX

A cúpula também debateu a possível expansão da organização, que já reúne potências regionais como China, Rússia, Índia, Paquistão e países da Ásia Central. Observadores internacionais consideram que a OCX se está a consolidar como um fórum de influência global, capaz de rivalizar com instituições ocidentais tradicionais.

Significado geopolítico

O encontro em Astana evidencia como a Organização de Cooperação de Xangai se afirma como um palco alternativo às instâncias dominadas pelo Ocidente. Para muitos analistas, a presença simultânea de Putin e Guterres mostra que a ONU reconhece o peso crescente deste bloco e que qualquer discussão sobre a ordem mundial passa, inevitavelmente, pela mesa da OCX.

A cúpula termina com uma declaração conjunta que enfatiza o compromisso dos Estados-membros em fortalecer o multilateralismo e construir um sistema internacional baseado na cooperação e no respeito mútuo.

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