​O ex-vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, pode estar na mira de sanções financeiras por parte dos Estados Unidos. A informação foi avançada pelo portal francês Africa Intelligence, que revela que a iniciativa está a ser coordenada com o atual Presidente angolano, João Lourenço.

Manuel Vicente, que deixou o cargo de vice-Presidente em 2017, tem conseguido, até agora, evitar investigações judiciais tanto em Angola como em Portugal, onde foi alvo de um processo por corrupção. A sua imunidade, que esteve em vigor até 2022, poderá, no entanto, ser revogada, abrindo caminho para uma possível acusação.

Segundo o Africa Intelligence, Washington está a preparar a aplicação de sanções, visando especificamente os interesses financeiros de Manuel Vicente nos EUA. O objectivo é bloquear contas e activos que possam estar ligados a alegadas actividades de corrupção.

Esta possível acção surge num contexto de crescente pressão internacional sobre Angola para combater a corrupção e reforçar a transparência. A colaboração entre os Estados Unidos e o governo de João Lourenço pode ser um sinal de que as autoridades angolanas estão dispostas a agir contra figuras proeminentes do regime anterior.
​Manuel Vicente foi uma figura central durante a presidência de José Eduardo dos Santos, atuando como vice-Presidente de 2012 a 2017. Antes disso, ocupou o cargo de Ministro de Estado e da Coordenação Económica, e foi presidente da petrolífera Sonangol. A sua carreira foi marcada por acusações de corrupção, que ele sempre negou.

Em Portugal, o ex-vice-Presidente foi investigado por alegados crimes de corrupção e branqueamento de capitais, num processo que acabou por ser arquivado. As acusações estavam relacionadas com a compra de um apartamento de luxo no Estoril e a transferência de verbas de origem duvidosa.

Apesar de ter saído da vida política activa , Manuel Vicente manteve uma forte influência nos círculos de poder e negócios em Angola. A eventual aplicação de sanções por parte dos Estados Unidos representa uma mudança significativa na sua situação, podendo afetar os seus negócios e a sua liberdade de circulação.

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