Em um desenvolvimento político que ecoa em todo o continente africano, o Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, declarou que as eleições de 2026 serão o seu último pleito, com o mandato que se seguiria, de 2026 a 2031, sendo o seu derradeiro à frente do país. O líder de 81 anos, que está no poder desde 1986, fez a promessa em um apelo público aos cidadãos para que o apoiem “mais uma vez”.

​A declaração de Museveni, uma das figuras políticas mais duradouras da África, é vista como um movimento estratégico para gerir a crescente pressão interna e externa por uma transição de poder. Em seu pronunciamento, o presidente justificou o pedido de mais um mandato afirmando que ainda tem projetos de desenvolvimento cruciais para concluir antes de se afastar da presidência. Entre os objectivos não concluídos, ele mencionou o aumento da industrialização e a modernização da infraestrutura agrícola, que, segundo ele, são essenciais para transformar o Uganda em uma nação de rendimento médio.

​Apesar da sua promessa, a sucessão de Museveni continua a ser um tópico de intensa especulação e debate. Museveni tem sido criticado por medidas que muitos consideram serem destinadas a prolongar a sua permanência no poder. Em 2005, a Constituição do Uganda foi alterada para remover os limites de mandato e, em 2017, a idade máxima de 75 anos para candidatos presidenciais também foi removida, abrindo caminho para que ele se candidatasse nas eleições de 2021.

​A promessa de Museveni de que este seria o seu último mandato é encarada com ceticismo por muitos setores da sociedade ugandesa e por analistas políticos. Para alguns, é uma tática para solidificar o apoio nas próximas eleições, enquanto prepara a sucessão dentro do seu círculo de confiança, potencialmente incluindo o seu filho, o General Muhoozi Kainerugaba, que tem sido apontado como um possível sucessor.

​A transição de poder no Uganda é um desafio complexo, com o histórico do país de estabilidade política, apesar de controvérsias eleitorais e repressão à oposição. Enquanto o presidente se prepara para as eleições de 2026, a questão principal permanece: o Uganda está realmente a caminho de uma nova era política, ou a promessa de Museveni é apenas a primeira fase de um novo capítulo na sua longa e ininterrupta jornada no poder?

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