O presidente da Assembleia Nacional da República Democrática do Congo (RDC), Vital Kamerhe, renunciou ao cargo durante uma reunião da conferência de presidentes, noticiou o site TV5 Monde.

Membros do UDPS no Parlamento, juntamente com outros partidos políticos, o criticaram oficialmente pela gestão opaca das finanças da Assembleia Nacional, pelas votações apressadas e pela eliminação de certos benefícios.

Alguns também o criticaram por não declarar claramente o seu apoio ao presidente e aliado Félix Tshisekedi, que foi enfraquecido pela escalada do conflito no leste do país.

“Ele foi criticado principalmente por falta de alinhamento com as prioridades do Governo” e, mais especificamente, pela “gestão opaca dos fundos parlamentares”, de acordo com o site de notícias Actualité CD.

“Várias posições de Vital Kamerhe sobre questões centrais, como reforma constitucional ou diálogo político, foram percebidas como um distanciamento das posições do presidente Tshisekedi”, acrescenta o cientista político congolês Christian Moleka, contactado pela AFP.

“Toda a minha carreira foi dedicada a um único ideal: o do nosso povo. Minha lealdade à nação nunca vacilou, nem diante do teste do tempo, nem diante da adversidade política, muitas vezes em detrimento dos meus próprios interesses, às vezes com risco de vida”, defendeu-se na semana passada.

Questionado em Nova Iorque (EUA), à margem da Assembleia-Geral da ONU, o presidente congolês, Felix Tshisekedi, se referiu à renúncia como “um escândalo interno dentro de cada instituição”.

Questionado se os dois homens ainda eram “aliados”, o Chefe de Estado respondeu: “Claro”. A menos que Vital Kamerhe decida o contrário, pois não sou a causa da sua renúncia nem dos seus problemas. Continuo a considerá-lo um aliado, um irmão”, acrescentou.

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