Os bispos católicos de Angola manifestaram profunda preocupação com a crescente pobreza no país, que, segundo eles, tem exposto falhas sociais e institucionais graves. A declaração foi feita pelo presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), o arcebispo José Manuel Imbamba.
A CEAST considera que os recentes tumultos de julho revelaram “buracos sociais, familiares e institucionais muito profundos”, que exigem uma “urgente transformação” do país. Imbamba enfatizou que, apesar dos progressos notáveis em algumas áreas, a pobreza continua a ser um flagelo que afeta a dignidade dos cidadãos angolanos.
“Não podemos fechar os olhos à realidade do nosso país”, disse o arcebispo, referindo-se aos “avanços significativos e recuos assustadores” que caracterizam a nação. A Igreja Católica aponta que a pobreza em Angola não se limita apenas à falta de bens materiais. “É também, e sobretudo, social, política, cívica, cultural e espiritual”, afirmou Imbamba, sublinhando que este cenário tem minado a confiança dos cidadãos nas instituições e no futuro do país.