A Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, destacou, esta quinta-feira, em Luanda, os esforços do Executivo na melhoria do sistema nacional de saúde, com a integração de novas infra-estruturas e capital humano.
Ao discursar na abertura do segundo Congresso Internacional sobre à Resposta do HIV em Angola, sublinhou que a expansão da rede sanitária e de cuidados primários com novas unidades hospitalares pelo país contribui para melhorar os cuidados de saúde.
Destacou os progressos realizados em capital humano, com o enquadramento no sistema nacional de saúde, entre 2017 e 2024, de 46 mil 604 novos profissionais nas carreiras especial e do regime geral, o que permitiu aumentar em 43,6 por cento a força de trabalho.
Recordou estar em curso um plano estratégico de formação de quadros, incluindo formação especializada, financiado pelo Banco Mundial, com a duração de cinco anos, visando capacitar 38 mil profissionais de saúde em áreas prioritárias.
Esperança da Costa salientou que outras iniciativas estão em desenvolvimento, enfatizando a criação de um ambiente propício ao surgimento da indústria farmacêutica em Angola.
Reafirmou o compromisso e determinação do Governo de Angola em eliminar a SIDA e as hepatites virais, como problemas de saúde pública, até 2030, alinhando-se as metas globais estabelecidas pelas Nações Unidas, reconhecendo que este objectivo só será alcançado com inovação, ciência, políticas inclusivas e solidariedade internacional.
Considerou que a resposta ao HIV e outras doenças é um desafio multissectorial, que exige envolvimento e comprometimento de todos, assim como uma liderança responsável, visão estratégica e coragem política.
Na ocasião, Esperança da Costa disse a região da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) é a mais afectada pelo HIV/Sida, tendo cerca de 13,4 milhões de pessoas a viver com o vírus.
Sublinhou que dados das principais instituições africanas indicam que a região da SADC possui taxas de prevalência em cerca de 40 por cento, sendo a mulher a mais afectada, representando 53 por cento das pessoas que vivem com HIV.
Recordou que o contexto global de conflitos armados, surtos recorrentes em África de ébola, cólera, sarampo, além dos efeitos das mudanças climáticas e crises humanitárias, sobrecarregam os sistemas nacionais de saúde do continente e colocam os programas de tratamento e controlo do HIV em risco.
Considerou ainda o decréscimo no financiamento que a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfrenta reduz, de modo significativo, a disponibilidade de testes e outros fármacos necessários na luta contra o HIV.
Salientou que Angola, desde 1986, está engajada na luta contra o HIV/Sida, tendo criado, em 2003, a Comissão Nacional de Luta contra o HIV/Sida e Grandes Endemias, e, em 2005, o Instituto Nacional de Luta contra VIH/SIDA.
A Vice-presidente da República, Esperança da Costa, abordou, esta quinta-feira, questões relacionadas com os programas e estratégias para redução do HIV-Sida com a directora regional das Nações Unidas para a África Oeste e Austral, Anne Shongwe.
Em declarações à imprensa, no final da audiência com a Vice-Presidente da República, Anne Shongwe revelou que o Executivo angolano reafirmou a aposta do país visando alcançar os objectivos definidos.
Sublinhou que estes objectivos (95-95-95) definidos pela ONU/Sida preconizam que, até 2030, 95 por cento das pessoas com HIV conheçam seu diagnóstico, 95 por cento estejam em tratamento anti-retroviral e 95 por cento em tratamento apresentem carga viral suprimida.
Anne Shongwe disse que a Vice-presidente frisou que o alcance destes objectivos requer um enorme investimento.
Segundo Anne Shongwe, Angola, em relação aos compromissos assumidos, está nos cerca de 50 por cento.
Na audiência foram passadas em revista questões relacionadas com a utilização das tecnologias e os elementos necessários para esta empreitada, os desafios financeiros, os diferentes programas em curso, tais como a educação dos casais, crianças e casamentos, empoderamento económico e actividades económicas.
As novas tecnologias de inovação, vacinas que podem ajudar a prevenir, a propagação da infecção do HIV foram também discutidas durante o encontro.