O Partido Social Democrata (PSD) conquistou nas eleições autárquicas de domingo, em Portugal, 136 câmaras municipais, algumas das quais em coligação, os seis dos maiores municípios do país e conseguiu mil 447 das mais de três mil juntas de freguesias.

O partido liderado pelo actual Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, venceu nas duas principais câmaras portuguesas, Lisboa e Porto, assim como em Braga, Sintra e Gaia.

Com esta vitória, o PSD volta a assumir a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE), que havia perdido, em 2013.

A noite eleitoral de domingo trouxe algumas surpresas, segundo a agência Lusa, que indica que o poder autárquico passou, no geral, para as mãos dos sociais-democratas, tendo, no entanto, o Partido Socialista  (PS) mostrado que está para ficar, sendo o segundo partido mais votado.

O PS, apesar da derrota nos maiores centros urbanos e de ter deixado de estar à frente destes dois órgãos, o que não acontecia há quatro actos eleitorais, “voltou” como salientou o líder socialista, José Luís Carneiro.

Com efeito, o PS conquistou sozinho 126 câmaras e duas em coligação com o Livre e o PAN.

Por seu lado, o partido Chega ficou aquém das ambições do seu líder, André Ventura.

Depois de ter sido o segundo partido mais votado nas legislativas de Maio, o partido de André Ventura, muito aquém do que este ambicionava, teve de se contentar com três presidentes de câmara, nomeadamente São Vicente, na Madeira, Albufeira, no Algarve, e Entroncamento, no distrito de Santarém. Teve pouco mais de 600 mil votos, quando nas legislativas atingira 1,4 milhões.

A CDU, por sua vez, teve o pior resultado de sempre em eleições autárquicas. Conquistou 12 câmaras e manteve algumas das suas juntas de freguesia, mas perdeu as duas capitais de distrito que tinha, Évora e Setúbal.

O CDS-PP continua a ser o quarto partido com mais presidentes de câmara. Conta agora com seis eleitos em listas próprias e mais um em coligação com o PSD.

A taxa de abstenção nas eleições autárquicas continua a ser uma das grandes vencedoras da noite, apesar de, este ano, ter sido mais baixa.

Segundo dados provisórios da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna, este ano foi de 40,74 por cento, a menor desde 2005, mais de cinco pontos percentuais abaixo da registada há quatro anos.

De acordo com os resultados, Carlos Moedas (PSD) continua a presidir à Câmara Municipal de Lisboa, relegando Alexandra Leitão, candidatada do PS, para o segundo plano. A socialista assumiu a derrota e felicitou Moedas pela reeleição.

“Em democracia é assim mesmo”, conformou-se Alexandra Leitão, que prometeu, entretanto, uma oposição firme. “Em democracia, quem vence tem a legitimidade de governar, e quem perde a legitimidade e o dever de fazer uma oposição rigorosa”, afirmou.

No Porto, venceu Pedro Duarte, que começou por saudar os 11 candidatos que não conseguiram ficar em primeiro lugar, mas que “também são vencedores”. Uma saudação especial foi dada ao principal oponente, Manuel Pizarro, do PS, cujo resultado, sublinhou, em nada põe em causa a sua dedicação ao Porto.

Pizzaro, por seu turno, assumiu inteiramente a derrota das eleições autárquicas, rejeitando imputá-las ao actual e anterior secretário-geral do PS.

Os líderes dos dois principais partidos em Portugal também reagiram aos resultados eleitorais.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, assumiu que falhou alguns dos objectivos a que se propôs nas autárquicas, mas disse sentir “uma confiança reforçada” na sua liderança.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, fez um balanço positivo das autárquicas. “Esta é uma noite onde, num balanço geral, nós somos efectivamente, objectivamente, os grandes vencedores. Não sei dizer isto de outra maneira (…). Não sei o que posso dizer mais para comprovar a vitória eleitoral que tivemos”, apontou Luís Montenegro.

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