Cerca de 76 por cento da população angolana não faz poupanças de rendimentos, por alegada baixa literacia financeira e insuficiência de receitas, revelou a administradora executiva do Banco Nacional de Angola (BNA), Marília Poças.
Ao intervir na abertura de um workshop no quadro da “Semana da Poupança”, que decorre de 27 a 31 do corrente mês, disse que os últimos dados apontam que 33 por cento da população não poupa por não possuir rendimentos, sete por cento por desconhecimento, três por cento nunca pensou em poupar e dois por cento prefere gastar todo o seu rendimento.
Sublinhou que existe uma parte significativa da cifra dos 24 por cento que faz poupança, usando mecanismos ou instrumentos pouco convencionais ou arcaicos.
Referiu que a taxa de inclusão financeira está fixada em 49 por cento e a de literacia financeira em 25 por cento, sublinhando que, por esta razão, o BNA está a trabalhar com a banca comercial, parceiros estatais e privados, bem como com organizações internacionais, no sentido de elevar os actuais indicadores para níveis mais satisfatórios.
Falando para uma plateia composta por estudantes e professores da Universidade Metodista de Angola (UMA), adiantou que o hábito de poupar é contribuir para a construção de um futuro financeiro mais seguro e estável, bem como fortalecer o sistema de poupança nacional.
Marília Poças entende que a acção de poupar constitui uma das chaves para o crescimento, disciplina, planeamento e sustentabilidade das sociedades.
Sobre a Semana da Poupança, que decorre sob o lema “Pequenas poupanças, grandes conquistas”, salientou que estão a realizar-se actividades sobre o assunto em 24 municípios e 12 províncias do país, para promover a consciencialização sobre a importância da poupança, incentivando os cidadãos a adoptar hábitos financeiros responsáveis e a valorizar a boa gestão das finanças pessoais.
Visa igualmente impulsionar as acções de literacia financeira nas instituições de ensino, fortalecer o diálogo entre especialistas, instituições financeiras, académicos e cidadãos, reforçando a poupança como instrumento de autonomia, segurança e estabilidade financeira.
A 31 do corrente mês, assinala-se o Dia Mundial da Poupança, proclamado para alertar os consumidores para a necessidade de disciplinar gastos e amealhar alguma liquidez, de forma a evitar situações de sobre endividamento.
                                                                            