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Cerca de 300 mil sul-sudaneses fugiram do país em 2025

 Cerca de 300 mil sul-sudaneses fugiram do seu país em 2025, segundo estimativas divulgadas hoje pelas Nações Unidas, “em grande parte devido ao conflito crescente” entre os apoiantes do Presidente Salva Kiir e os do vice-Presidente Riek Machar.

Os combates intensificaram-se em Março no Sudão do Sul, o país mais jovem do mundo, que se tornou independente do Sudão em 2011 e que há anos vive uma grande instabilidade e uma taxa de pobreza muito elevada, apesar da exploração de petróleo no seu território.

Inicialmente localizada no nordeste, a violência atingiu depois o sul do país, embora a maioria dos territórios continue, por enquanto, a ser poupada.

A acusação de Riek Machar por “crimes contra a humanidade” em 11 de Setembro alimenta, no entanto, os receios de uma nova guerra civil, quase sete anos após o fim de um conflito sangrento entre os seus apoiantes e os do presidente Salva Kiir, que causou pelo menos 400 mil mortos entre 2013 e 2018.

“Os confrontos armados estão a ocorrer numa escala nunca vista desde a assinatura do acordo de cessação das hostilidades em 2017”, lamentou num comunicado a comissão das Nações Unidas para os direitos humanos no Sudão do Sul.

“Só em 2025, estima-se que 300 mil sul-sudaneses tenham fugido do país, em grande parte devido à intensificação do conflito”, precisa o texto.

Cerca de 148 mil deles chegaram ao Sudão, 50 mil à Etiópia, igual número ao Uganda, 30 mil à República Democrática do Congo (RDC) e 25 mil ao Quénia, de acordo com a ONU.

Cerca de dois milhões de pessoas também estão deslocadas dentro do país, que também acolheu mais 560 mil refugiados que fugiram da guerra no vizinho Sudão, segundo a mesma fonte.

“A sua protecção e sobrevivência continuam a depender da região, que acolhe agora mais de 2,5 milhões de refugiados do Sudão do Sul”, acrescentam as Nações Unidas, criticando os líderes do Sudão do Sul por terem “deliberadamente atrasado o progresso e (…) levado o Sudão do Sul à beira de um novo precipício”.

Mais de 1.800 civis foram mortos entre Janeiro e Setembro, segundo dados da ONU, acusando o exército sul-sudanês de ter realizado ataques aéreos “indiscriminados” contra áreas povoadas em várias províncias do país.

No início de Junho, a ONU estimava que mais de 165 mil pessoas tinham sido deslocadas pela violência desde Março, das quais cerca de 100 mil tinham fugido para países vizinhos.

voja24 .

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